A Causa Pública é uma associação de cidadãs e cidadãos empenhados na construção de novos caminhos para Portugal, através do debate público e participado sobre o modelo de desenvolvimento e as opções de governação do país, a partir de diferentes perspetivas da esquerda portuguesa.
Os valores fundamentais que nos orientam são a defesa do bem-comum, a democracia, a igualdade e a sustentabilidade.
Vivermos em sociedade implica cuidarmos dos interesses gerais e agirmos em função do bem-estar coletivo, essencial à construção de uma sociedade justa.
A democracia que temos de continuar a aprofundar é definidora de uma sociedade boa em todas as dimensões da vida pessoal e coletiva, aberta a todas e a todos, amplamente participada, fraterna e descentralizada.
Os privilégios e a discriminação corroem a coesão social. Todas e todos devem poder realizar o seu potencial, vivendo uma vida com sentido e que os realize, sem sofrer a pobreza, a discriminação, a precariedade laboral ou outras formas de desigualdade, numa sociedade aberta à diversidade e plural. Nas sociedades atuais, o acesso a trabalho digno é condição para a inclusão social e a qualidade do emprego um fator decisivo da qualidade de vida.
As gerações presentes têm a responsabilidade de transmitir às futuras um planeta viável. A sustentabilidade ambiental, visa preservar os recursos essenciais a uma vida decente, mas também proporcionar uma vida melhor, com respeito pelo planeta e pelas outras espécies.
A nossa abordagem aos problemas é propositiva e transformadora. Queremos abrir caminhos que deem um melhor futuro à nossa sociedade. Partimos de análises cuidadas do mundo em que vivemos, do conhecimento sobre os constrangimentos que enfrentamos e de uma vontade firme de ir além dos caminhos já conhecidos, reforçando a nossa comunidade de destino e construindo um país com mais futuro, mais capaz de enfrentar as complexidades geopolíticas e económicas do mundo contemporâneo.
Entendemos que a esquerda, nas suas diferentes forças e visões, tem a responsabilidade de construir uma sociedade melhor, concebendo e executando reformas estruturais progressistas. Exige-se mais dos debates à esquerda ou do que foi até aqui a sua orientação nas políticas públicas. Faltam programas exequíveis e progressistas, capazes de disputar as transformações necessárias a um projeto de desenvolvimento do país na próxima década.
No espaço político são necessárias novas formas de pensar e agir, outros modos de cooperação entre a cidadania e as forças organizadas, nomeadamente os partidos políticos.
O foco excessivo dos partidos nas suas dinâmicas internas limita com frequência a produção de pensamento e a participação aberta e plural. É necessário mais pensamento progressista para discutir a governação a partir do espaço da cidadania. É neste espaço que pretendemos fazer a diferença, desenvolvendo formas de cooperação entre cidadãs e cidadãos, e entre estes e as forças organizadas da política e da sociedade civil. Com isto estaremos a contribuir para a emergência de novas fórmulas de cooperação política para o bem comum e para novos arranjos democráticos, que é urgente pensar, testar, desenvolver e acelerar.
Há que encontrar novas formas de construir a boa sociedade. Uma sociedade melhor requer uma economia forte. A direita convida-nos a escolher entre crescimento económico e distribuição de rendimento. Não aceitamos que o debate político seja feito nestes termos. Sem prosperidade não há boa distribuição possível. Mas há diversas formas de alcançar a prosperidade. A que melhor serve o país é a que promove a inclusão e a coesão social, mobiliza o potencial de todos e beneficia a maioria. É necessário encontrar soluções equilibradas para resolver as tensões que quaisquer reformas estruturantes sempre geram.
Precisamos de um modelo de desenvolvimento capaz de qualificar o nosso sistema produtivo, de produzir e distribuir mais riqueza, de reduzir dependências perante o exterior, e de fazer do trabalho justamente remunerado e com proteção social conexa adequada um mecanismo de inclusão essencial, capaz de fixar população.
O desenvolvimento económico tem também de ser ambientalmente sustentável. O combate às alterações climáticas tem de ser socialmente justo. A inovação não pode beneficiar apenas os segmentos mais privilegiados da sociedade ou agravar as desigualdades. E as políticas públicas têm de estar focadas em melhorar a condição de todas e todos na comunidade de destino que somos enquanto país.
Há ameaças sérias à democracia: o descuido com as pessoas, os seus direitos e as suas expectativas, com os territórios, as instituições e a qualidade da vida política introduz clivagens sociais graves. Pelo contrário, uma democracia robusta em todas as suas dimensões mobiliza as pessoas para espaços de transformação coletiva. As e os associados da Causa Pública comprometem-se a agir para a realizar.